sexta-feira, 25 de março de 2011

CONSTELAÇÕES: ORION (CAMINHO PARA O CÉU)

constelações: Orion; Touro etc...
Orion, caminho do céu

 Constelações são agrupamentos aparentes de estrelas os quais os astrônomos da antiguidade imaginaram formar figuras de pessoas, animais ou objetos. Numa noite escura, pode-se ver entre 1000 e 1500 estrelas, sendo que cada estrela pertence a alguma constelação. As constelações nos ajudam a separar o céu em porções menores, mas identificá-las é em geral muito difícil.

Uma constelação fácil de enxergar é Órion, mostrada na figura acima como é vista no hemisfério sul. Para identificá-la devemos localizar 3 estrelas próximas entre si, de mesmo brilho, e alinhadas. Elas são chamadas Três Marias, e formam o cinturão da constelação de Órion, o caçador. Seus nomes são Mintaka, Alnilan e Alnitaka. A constelação tem a forma de um quadrilátero com as Três Marias no centro. O vértice nordeste do quadrilátero é formado pela estrela avermelhada Betelgeuse, que marca o ombro direito do caçador. O vértice sudoeste do quadrilátero é formado pela estrela azulada Rigel, que marca o pé esquerdo de Órion. Estas são as estrelas mais brilhantes da constelação. Como vemos, no hemisfério Sul Órion aparece de ponta cabeça. Segundo a lenda, Órion estava acompanhada de dois cães de caça representadas pelas constelações do Cão Maior e do Cão Menor. A estrela mais brilhante do Cão Maior, Sírius, é também a estrela mais brilhante do céu, e é facilmente identificável a sudeste das Três Marias. Procyon é a estrela mais brilhante do Cão Menor, e aparece a leste das Três Marias. Betelgeuse, Sírius e Procyon formam um grande triângulo, como pode ser visto no esquema abaixo.

 

Orion enigma da volta de JESUS a terra.
As estrelas de uma constelação só estão aparentemente próximas na esfera celeste, pois na verdade estão a distâncias reais diferentes.

Quando você olha em um atlas do céu, você encontra as constelações representadas em diagramas como o acima, em que as estrelas são desenhadas com tamanhos diferentes para representar brilhos diferentes. Note que este diagrama mostra Órion na orientação em que é vista no hemisfério norte.


GIGANTESCA PLUMA DE GÁS EM ESTRELA DE ORION

 Betelgeuse, uma estrela supergigante vermelha
Betelgeuse, uma estrela supergigante vermelha que a cada dia se torna mais fascinante e perigosa.
 
Betelgeuse não é uma estrela qualquer. Além de ser uma das mais brilhantes do céu noturno, Betelgeuse é também uma das maiores estrelas conhecidas, superando em mil vezes o tamanho do nosso Sol. Seu brilho é tão intenso que seriam necessários mais de 100 mil sóis para igualar sua luminosidade.
No entanto, toda essa grandiosidade tem um preço e Betelgeuse está próxima de seu fim. A estrela consome violentamente sua massa e quando seu combustível se esgotar explodirá em uma supernova tão intensa que poderá ser vista da Terra até mesmo durante o dia.


Nesta semana, cientistas europeus ligados à Organização AstronômicaESO, revelaram mais uma faceta dessa supergigante e descobriram que a perda constante de massa estelar criou uma gigantesca pluma de gás do tamanho do Sistema Solar. Além disso também descobriram uma gigantesca bolha que parece flutuar sobre a superfície da estrela. 
Europeia para o Hemisfério Sul,
A descoberta da trilha de gás foi feita através do instrumento NACO de óticaadaptiva, que combinado a outras técnicas instrumentais permitiu aos cientistas obterem a mais nítida imagem de Betelgeuse até hoje feita. A nitidez atinge o limite teórico para um telescópio de 8 metros de diâmetro que é de 37 miliarcossegundos, equivalente a enxergar uma bola de tênis a 400 quilômetros de distância.

As observações, feitas com o telescópio
VLT nos andes chilenos, revelaram que o gás da atmosfera de Betelgeuse se move vigorosamente para cima e para baixo e que abolha formada é tão grandes quanto a estrela. As primeiras observações indicam que a ejeção da gigantesca pluma é consequência direta desses movimentos em larga escala.
 
As constelações surgiram na antiguidade para ajudar a identificar as estações do ano. Por exemplo, a constelação do Escorpião é típica do inverno do hemisfério sul, já que em junho ela é visível a noite toda. Já Órion é visível a noite toda em dezembro e, portanto, típica do verão do hemisfério sul. Alguns historiadores suspeitam que muitos dos mitos associados às constelações foram inventados para ajudar os agricultores a lembrarem quando deveriam plantar e colher.

As constelações mudam com o tempo, e em 1929 a União Astronômica Internacional adotou 88 constelações oficiais, de modo que cada estrela do céu faz parte de uma constelação. Cada constelação tem sua coordenada. 

História e mitologia:

Sirius a estrela mais brilhante do universo
Sirius ou Sírio (α CMa / α Canis Majoris / Alpha Canis Majoris) é a estrela mais brilhante no céu nocturno, com uma magnitude aparente de −1,46, localizada na constelação de Canis Major (Cão Maior). Pode ser vista a partir de qualquer ponto na Terra, sendo que, no hemisfério norte é considerada o vértice do Triângulo Invernal. Dista 2,6 parsec (ou 8,57 anos-luz) da Terra, sendo por isso uma das estrelas mais próximas do nosso planeta. A sua estrela vizinha mais próxima é Procyon, à distância de 1,61 pc ou 5,24 anos-luz, com um espectro de tipo A0 ou A1 e uma massa cerca de 2,4 vezes maior que a massa do Sol.
Etimologia:
 
O termo Sirius deriva do latim sīrius e do grego σείριος (seirios, "brilhante"). Sendo a principal estrela da constelação do “Cão Maior”, é muitas vezes apelidada de “Estrela do Cão” ou “Estrela Canina”. Também é conhecida pelo nome latino “Canicula” (“pequeno cachorro”) e como الشعرى aš-ši’rā, em árabe, donde deriva o nome alternativo “Ascherre”.

Do ponto de vista histórico, Sirius sempre foi o centro das atenções, fruto de um significado muito especial dado pelas mais diversas culturas.

Os antigos egípcios viam Sirius como uma doadora de vida, a estrela sempre reaparecia no momento da inundação anual do Nilo. Quando a estrela desaparecia para Oeste e desaparecia no céu noturno, estava oculta durante 70 dias, antes de emergir a Leste pela manhã. Este período era visto como um tempo de morte e renascimento. Sirius, conhecida como o nosso Sol Espiritual é o coração e a alma do nosso sol físico. Durante os Dias de Cão quando Sirius desaparece à luz do nosso Sol, o nosso Sol físico está abraçando o nosso Sol Espiritual.

Foi alvo de adoração sob a alcunha de Sothis no Vale do Nilo do Egipto, muito antes de Roma ter sido fundada, tendo sido construídos diversos templos de forma a permitir que a luz de Sirius penetrasse em seus altares internos. Crê-se que o calendário egípcio seria baseado na ascensão helíaca de Sirius, a qual ocorre um pouco antes das cheias anuais do rio Nilo e do solstício de verão.

Na mitologia grega, consta que os cães caçadores de Órion teriam sido elevados ao céu, pelas mãos de Zeus, na forma da estrela de Sirius ou do conjunto de constelações de Cão Maior e Cão Menor. Os antigos gregos também associavam Sirius ao calor do verão, apelidando-a de Σείριος (Seirios), geralmente traduzido como o escaldador, o que explicaria, por exemplo, a expressão calor do cão.

Na astrologia da Idade Média Sirius era a estrela fixa de Behenia, associada ao berilo e ao junípero, com o símbolo cabalístico listado por Heinrich Cornelius Agrippa.
Em 1909, Ejnar Hertzsprung sugeriu que Sirius fizesse parte de Ursa Major, contudo, pesquisas mais recentes realizadas por Jeremy King e outros na Universidade Clemson em 2003 questionam a veracidade dessa hipótese, visto que os dois componentes de Sirius aparentam ser muito jovens.

Sistema Binário:

Em 1844, Friedrich Wilhelm Bessel deduzira que Sirius era na verdade um sistema binário e em 1862 Alvan Graham Clark identificara a estrela companheira, apelidando-a de Sirius B ou, carinhosamente, “o cachorrinho”, sendo que as duas estrelas orbitam entre si separadas por 20 unidades astronômicas aproximadamente. A estrela visível a olho nu é actualmente referida como Sirius A.

Em 1915 astrônomos do Observatório de Monte Wilson determinaram que Sirius B era uma anã branca, a primeira a ser descoberta. Curiosamente, isso significa que Sirius B terá tido originalmente uma massa muito superior à de Sirius A.

Mistérios:

Existem alguns mistérios ainda por resolver no que respeita a Sirius, nomeadamente:
Algumas irregularidades orbitais aparentes em Sirius B têm sido observadas desde 1894, sugerindo uma diminuta terceira estrela companheira, cuja existência ainda não foi confirmada.
 
Segundo antigas observações, Sirius terá sido descrita como uma estrela vermelha, ao passo que hoje em dia Sirius A é uma estrela branco-azulada. A possibilidade de ter ocorrido uma evolução estelar em ambas as estrelas, poderia explicar estas discrepâncias, sendo no entanto uma hipótese rejeitada pelos astrônomos, que se baseiam na tese que nega a possibilidade de ter ocorrido semelhante fenómeno no espaço temporal de apenas alguns milênios uma vez que não existem indícios de quaisquer rastros de nebulosidade, o que seria um sinal evidente de tal evolução. No entanto, uma explicação alternativa, também ligada ao misticismo ou às crença populares, se especula que a sua cor vermelha seria uma metáfora para má sorte.
 
Algumas correntes sugerem que a tribo Dogon de Mali teria conhecimento de uma ou mais estrelas companheiras invisíveis a olho nu antes de terem sido descobertas no século XIX por meio de cálculos astronômicos, o que tem sido fonte de especulação para ufólogos, descrito como tema principal no livro “The Sirius Mistery”, de Robert Temple.
 
Apesar de ter sido confirmado apenas em 1844 ANO DE ACONTECIMENTOS ESPECIAIS que se trata dum sistema binário, muitos gregos já consideravam Sirius como um elemento duplo, haja vista a lenda que gira em torno da estrela.
Fonte:
http://www.tartessos.info
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sirius

A  22 milhões de anos-luz da Terra na constelação Hydra

Essa imagem - realizada por um astrônomo amador que participou do prêmio Hidden Treasures do Observatório Europeu do Sul (ESO) - mostra a galáxia em espiral NGC 3621 a cerca de 22 milhões de anos-luz da Terra na constelação Hydra. Ela é uma galáxia relativamente grande e pode ser vista por telescópios de médio-porte.

Seu formato achatado "de panqueca", indica que ela ainda não se encontrou com outra galáxia. A maioria dos astrônomos acredita que as galáxias crescem se juntando com outras galáxias, em um processo chamado formação hierárquica de galáxias. Com o tempo, isso forma grandes protuberâncias no centro das espirais. Pesquisas recentes indicam, no entanto que, galáxias "puro-disco" ou sem protuberância são relativamente comuns.

LISTA ALFABETICA DAS CONSTELAÇÕES, EM LATIM E PORTUGUÊS

  • Andromeda, Andrômeda (mit.);  Antlia, Bomba de Ar;  Apus, Ave do Paraíso;  Aquarius, Aquário;
  • Aquila, Águia; Ara, Altar;  Aries, Áries (Carneiro); Auriga, Cocheiro; Boötes, Pastor;
  • Caelum, Buril de Escultor;  Camelopardalis, Girafa; Cancer, Câncer (Caranguejo);
  • Canes Venatici, Cães de Caça; Canis Major, Cão Maior; Canis Minor, Cão Menor;
  • Capricornus, Capricórnio (Cabra); Carina, Quilha (do Navio); Cassiopeia, Cassiopéia (mit.);
  • Centaurus, Centauro; Cepheus, Cefeu ( mit.); Cetus, Baleia; Chamaeleon, Camaleão;
  • Circinus, Compasso; Columba, Pomba; Coma Berenices, Cabeleira;
  • Corona Austrina, Coroa Austral; Corona Borealis, Coroa Boreal; Corvus, Corvo; Crater, Taça;
  • Crux, Cruzeiro do Sul; Cygnus, Cisne; Delphinus, Delfim; Dorado, Dourado (Peixe);
  • Draco, Dragão; Equuleus, Cabeça de Cavalo; Eridanus, Erídano; Fornax, Forno;
  • Gemini, Gêmeos; Grus, Grou; Hercules, Hércules; Horologium, Relógio; Hydra, Cobra Fêmea;
  • Hydrus, Cobra macho; Indus, Índio; Lacerta, Lagarto; Leo, Leão; Leo Minor, Leão Menor;
  • Lepus, Lebre; Libra, Libra (Balança); Lupus, Lobo; Lynx, Lince; Lyra, Lira;
  • Mensa, Montanha da Mesa; Microscopium, Microscópio; Monoceros, Unicórnio; Musca, Mosca;  
  • Normai, Régua; Octans, Octante; Ophiuchus, Ofiúco (Caçador de Serpentes);
  • Orion, Órion (Caçador); Pavo, Pavão; Pegasus, Pégaso (Cavalo Alado); Perseus, Perseu (mit.);
  • Phoenix, Fênix; Pictor, Cavalete do Pintor; Pisces, Peixes; Piscis Austrinus, Peixe Austral;
  • Puppis, Popa (do Navio); Pyxis, Bússola; Reticulum, Retículo; Sagitta, Flecha;
  • Sagittarius, Sagitário; Scorpius, Escorpião; Sculptor, Escultor; Scutum, Escudo;
  • Serpens, Serpente; Sextans, Sextante; Taurus, Touro; Telescopium, Telescópio
  • Triangulum, Triângulo; Triangulum Australe, Triângulo Austral; Tucana, Tucano;
  • Ursa Major, Ursa maior; Ursa Minor, Ursa Menor; Vela, Vela (do Navio);
  • Virgo, Virgem; Volans, Peixe Voador; Vulpecula, Raposa.
ESSAS CONSTELAÇÕES FORAM DEFINIDAS POR:
  1. Claudius Ptolomaeus, no Almagesto em cerca de 150 d.C.;
  2. Johann Bayer (1572-1625), astrônomo alemão, no Uranometria em 1603;
  3. Johannes Hevelius (1611-1689), astrônomo alemão-polonês, e
  4. Nicolas Louis de Lacaille (1713-1762), astrônomo francês, nos Memórias e Coelum Stelliferum em 1752 e 1763.

O ZODÍACO

As constelações que formam o Zodíaco (círculo dos animais), uma faixa de 18 graus em volta da eclíptica, definida por Aristóteles, podem ser relacionadas pelo mneumônico ArTaGeCa LeViLiSco SaCAquaPi, pois são: Aries, Taurus, Gemini, Cancer, Leo, Virgo, Libra, Scorpius, Sagittarius, Capricornus, Aquarius e Pisces.

           Devido à precessão dos equinócios, o Sol atualmente cruza as 13  Constelações do Zodíaco:
  • Áries de 19 de abril a 13 de maio, Touro; de 14 de maio a 19 de junho; Gêmeos de 20 de junho a 20 de julho; Câncer de 21 de julho a 9 de agosto; Leão de 10 de agosto a 15 de setembro;
  • Virgem de 16 de setembro a 30 de outubro; Libra de 31 de outubro a 22 de novembro,
  • Escorpião de 23 de novembro a 29 de novembro; Ofiúco de 30 de novembro a 17 de dezembro;
  • Sagitário de 18 de dezembro a 18 de janeiro; Capricórnio de 19 de janeiro a 15 de fevereiro;
  • Aquário de 16 de fevereiro a 11 de março e Peixes de 12 de março a 18 de abril.
O poeta grego Hesíodo (c.753-c.680 a.C.) escreveu em seu poema "Trabalhos e Dias" que quando a constelação do Órion estivesse no meio do céu e Arcturus estivesse no horizonte ao amanhecer, estava na hora da colheita.

                                                                             O FILÓSOFO

segunda-feira, 21 de março de 2011

ESFERA CELESTE



O que será apresentado nesse curso é o resultado da aplicação do que chamamos de método científico aplicado às estrelas : observamos alguma(s) característica(s) e procuramos entender essas observações à luz de leis da física . Entretanto , faz parte do método colocar-se à prova dos colegas : não basta dizer que observou isso ou aquilo dessa maneira e assim por diante . Tenho de explicar qual estrela observei e onde ela está no céu , para que algum colega possa corroborar ou não minhas medidas ( enganos sempre são possíveis ! ) . E é esse o primeiro tópico : como mapear as estrelas , como caracterizamos sua posição no céu noturno .

Note , como nossos antepassados , que quando olhamos para o céu noturno temos a impressão imediata de que todos os objetos celestes estão muito afastados de nós , fixos na escuridão do céu . Por esta razão , os astrônomos atuais supõem , para simplificar , que todos os objetos que brilham no céu noturno estão a uma mesma distância , fixados na parte interna de uma grande esfera imaginária que envolve a Terra e que chamamos de esfera celeste . E a Terra está situada no centro dessa esfera celeste .

Façamos um parênteses : as estrelas que povoam o universo estão situadas em um amplo intervalo de distâncias da Terra e , por exemplo , para sabermos a quantidade de energia emitida por um corpo celeste precisamos conhecer a que distância ele está de nós, o que torna este cálculo fundamental para a astrofísica .
As estrelas que conseguimos enxergar com nossos olhos estão situadas em um intervalo de distâncias que vai de 4,2 anos-luz ( a estrela mais próxima de nós. Próxima Centauri , que (tem o nome científico de V645 Cen ) até cerca de 1000 anos luz. Em breve, falaremos dessas distâncias. Mas você já deve saber que essas distâncias imensas nem se comparam com aquelas das outras galáxias , quasares , que estão a milhões de anos-luz !

Felizmente, para observar um determinado astro não é necessário saber a sua distância mas somente a direção em que ele se encontra ( e um telescópio ! ) . Isto é bom porque é muito mais difícil determinar as distâncias do que determinar a direção a estes objetos.

Resumindo , o céu noturno visto por um observador sobre a superfície da Terra é a projeção sobre a esfera celeste de todos os objetos celeste, sejam eles : planetas, cometas, estrelas, nebulosas, galáxias, etc.


Embora o conceito de esfera celeste possa parecer muito trivial ele é muito importante para a astronomia. A esfera celeste é usada pelos astrônomos para mapear os objetos celestes. É sobre ela que definimos os vários sistemas de coordenadas astronômicos.

O Equador Celeste e os pólos Celestes

Imagine agora a Terra envolta pela esfera celeste. Vamos supor que o nosso planeta é um globo transparente, com uma lâmpada no seu centro, e sobre a sua superfície traçamos o equador terrestre. Ao acendermos a lâmpada no seu interior, a linha que marca o equador terrestre lançará uma sombra, ou seja , será projetada sobre a esfera celeste que a envolve.

O equador da Terra, projetado sobre a esfera celeste, é chamado de equador celeste.A extensão do eixo de rotação da Terra irá "perfurar" a esfera celeste em dois pontos que chamamos de Obviamente, a projeção do pólo norte da Terra dá origem ao pólo celeste norte enquanto que a projeção do pólo sul da Terra dá origem ao pólo celeste sul.  

ZÊNITE, NADIR E O MERIDIANO DO OBSERVADOR
 
Se você olhar para o céu noturno verá que as estrelas surgem no leste, se deslocam através do céu, e se põem no oeste. Esse é exatamente o movimento que o Sol faz todos os dias. Você pode verificar isso observando o céu noturno por apenas 10 minutos : após esse intervalo de tempo, uma estrela vista exatamente acima do horizonte a leste no início da cronometragem terá se levantado a  uma altura notável , enquanto que as estrelas próximas do horizonte a oeste terão abaixado mais ainda ou até mesmo desaparecido.

Do mesmo modo se você observar um conjunto de estrelas você verá essas estrelas surgindo como uma distribuição fixa no leste , moverem-se através do céu, e se porem no oeste. Em termos do nosso modelo do céu baseado na esfera celeste, explicamos o nascer e ocaso das estrelas como resultado da rotação da esfera celeste em torno de nós , e na qual todas as estrelas estão fixadas .

Para os povos antigos era mais fácil de acreditar nessa rotação (  usando o senso comum , do que no fato de que a Terra se move. Assim, eles atribuíam todo o movimento celeste, seja ele do Sol, da Lua, dos planetas ou das estrelas, a uma vasta esfera que lentamente girava em torno do nosso planeta.

Hoje sabemos que é a rotação da Terra que faz o Sol, a Lua, os planetas e as estrelas surgirem no leste e se moverem para oeste através do céu. Não é a esfera celeste que gira mas sim o nosso planeta, a Terra. 


ZÊNITE, NADIR E O MERIDIANO DO OBSERVADOR





O zênite de um observador é o ponto, projetado sobre a esfera celeste, que está diretamente acima da cabeça do observador. Este ponto é obtido ao se traçar uma reta que passa pelo centro da Terra, pelo observador e se prolonga até a esfera celeste.

O fio de prumo que é usado pelos trabalhadores da construção civil para verificar se uma parede está na vertical também serve paradeterminar o zênite. Sabemos que todos os corpos são atraidos para o centro da Terra. O prumo também está sendo atraido e,portanto, ele marca a direção para o centro do nosso planeta. Se prolongarmos a direção do fio de prumo para cima, na direção daesfera celeste, teremos o zênite do observador.

O nadir é o ponto diametralmente oposto ao zênite.

Definimos como meridiano o grande círculo imaginário que traçamos na esfera celeste e que passa através do zênite do observador edos dois pólos celestes. Assim , cada local sobre a Terra tem um único meridiano que passa por ele .

Eclíptica




Durante o período de um ano o Sol traça uma trajetória aparente no céu em
relação às estrelas fixas (aparentemente fixas , na verdade , porque as distâncias
são tão grandes que não observamos seus movimentos ) .
  
A projeção dessa trajetória aparente do Sol em relação às estrelas sobre a esfera
celeste é um círculo que chamamos de eclíptica , ou ainda , podemos definir a eclíptica como sendo o caminho aparente do Sol sobre a esfera celeste em um ano .

Como o ano tem 365 1/4 dias e o círculo tem 360º, o Sol parece se mover ao
longo da eclíptica a uma taxa de, aproximadamente, 1º por dia.



No entanto, sabemos que o eixo de rotação da Terra é inclinado em um ângulo de
23,5º em relação à eclíptica ( inclinação esta  responsável pelas estações do ano ).

Conseqüentemente, a eclíptica está inclinada em um ângulo de 23,5º em relação ao equador celeste devido à inclinação do eixo da Terra (lembre-se que o equador celeste é uma projeção do equador terrestre sobre a esfera celeste).

A eclíptica é o plano do nosso Sistema Solar. Ela é o plano onde estão as órbitas dos planetas e planetas anões. Eles pouco se afastam deste plano, com exceção do planeta Mercúrio e do planeta anão Plutão. O mesmo não acontece com os cometas que, em geral possuem órbitas em torno do Sol bastante afastadas do plano da eclíptica.


 O FILÓSOFO